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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Fusca de Cinema

Comprei um fusca, né ? Para, entre outras coisas, me ajudar na locomoção com equipamentos para as filmagens nas cidades de Baependi, Aiuruoca e Varginha.

O carro é bem bacana. Macio e confortável. Bom de dirigir nas estradas.
Com um toca-CD que anima o percurso, la vai o bichinho 79 branco motor 1300L (o mais econômico já produzido para fuscas) se deslocando no tempo e no espaço.

Engraçado é que ele despertou minha antiga paixão adormecida por fuscas. Este deve ser o quarto ou quinto que já tive.

Acho que tudo começou quando eu ganhei de Natal um autorama e os carros eram dois fuscas – um branco e um vermelho. Neste Natal, aos seis anos de idade, descobri que Papai Noel não existia e que tudo aquilo era mentira. Talvez ali eu tenha automaticamente substituído a magia do Natal pela fantasia do fusca. Afinal as crianças precisam sonhar.
Hoje, e desde os 11 anos de idade, tento produzir sonhos para as pessoas com o meu trabalho de ator, escritor e diretor. Só que agora, à bordo de uma versão maior do autorama.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ventania em São Thomé


Resumindo a história: fui filmar em São Tomé sem ter ninguém para filmar.


Fomos eu, Regina e Mariola. Um tiro no escuro. O que aparecesse tava valendo.

Já na praça de São Tomé pensei em entrevistar uns hippies, mas achei o clima deles meio barra-pesada e rezei para que acontecesse algo que interrompesse aquela negociação tensa e a resposta veio do céu: um pingo de chuva.
Rapidamente recolhi o equipamento e cancelei a entrevista com os hippies da praça.

Entramos na primeira lojinha e começou a chuva. 

Um dos hippies nos seguiu e ainda tentou descolar um trocado, em vão.

Conversa-vai-conversa-vem com a moça da loja que nos deu ‘abrigo’ ela falou sobre o Ventania. O cantor Ventania. Meia hora depois já estávamos batendo à porta da casa dele, que me recebeu assim:
- Mick Jagger? Pode entrar Mick Jagger!

O resto, o que rolou, nem dá pra contar. Só mesmo assistindo o filme, que tá ficando bem bacana.

E esses dias de filmagem sem nada agendado previamente dão bem o sentido de documentário, aonde as coisas vão acontencendo espontaneamente, como a vida.

Aí vão algumas fotos deste encontro.

Até breve, amiguinhos. Nos vemos de novo em algum lugar de Minas Gerais.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Bicos

Não. Não é o nome de uma cidade.
É bico mesmo, de trabalho temporário.
Entre uma filmagem e outra do documentário, fiz dois trabalhos bem mal remunerados, que apesar disso sempre ajudam  de  uma  maneira  ou        
                                                    de outra a eu concluir o meu filme.

1º Bico: Fazer em dois dias um mini-clipe da cantora Tainã Falcão para ela se candidatar a nova cantora da banda do Faustão. ‘Mais do que nunca, ôh louco, meu, tanto no pessoal quanto no profissional’.
O resultado foi bem legal considerando-se o prazo curtíssimo e que virei uma noite inteira acordado editando o material.
Ela não foi selecionada, mas na certa deve ter vendido alguns shows com o clipe. Só depois fui descobrir que o diretor do programa do Faustão é o Marcio Trigo, um velho amigo meu, fizemos vários trabalhos juntos. Quem sabe ele não poderia dar uma força extra? Acho que não. Concurso, ainda mais em televisão, é uma coisa delicada.

2° Bico: Fotos para uma produção de moda para as duas adolescentes Camila e Mariah (das fotos acima). Roupas, piercings, óculos, cabelos, olhares e bocas, meia arrastão, vestidos diversos. Muito engraçado. Em uma tarde de domingo. Sempre às tardes porque só acordo depois das 10 e porque à tarde a luz é mais bonita. O resultado também ficou bem legal.

Conclusão: não perder de vista o objetivo final, mas também apreciar a paisagem durante o percurso. Outra possível e óbvia conclusão seria: fazer filme sem grana é foda ... mas eu acabo este filme ou este filme acaba comigo.

Amiguinhos, até a próxima!

Viva São João - Del Rey

À bordo do ônibus circular pergunto para o trocador se falta muito para chegarmos ao Centro Histórico, mas ele não sabe. Como não sabe? Ele trabalha em um ônibus que todo dia passa por este lugar e que não é um lugar qualquer ... São João Del Rey é a capital cultural de 2007 e ele não sabe?! Esse amadorismo nos mínimos (e máximos) detalhes é que me enlouquece.
Viram que eu estava nervoso, né?
Mas foi aí que as coisas legais começaram a acontecer: ouvindo a minha conversa com o trocador, um homem que está no ônibus com um filhinha de colo diz que vai descer no Centro Histórico (pois ele mora lá) e que no ponto certo ele nos avisa. Nos avisa porque não estou sozinho.

Levo comigo a minha assistente para esta viagem: Laurinha, minha filha mais velha. E não demora muito ele nos dá o sinal. Descemos todos: eu, Laura, o morador do Centro Histórico e a filhinha dele de colo. Andamos alguns metros e ale me diz que ‘São João está violenta, Todo dia morre alguém. Mas só traficante. Luta entre rivais’. Menos mal, né? Pelo menos eles se matam entre si. Ah, se toda cidade violenta fosse assim.

Na entrada principal do Centro o pai do tal morador aparece todo feliz e, assim, nosso ‘guia’ improvisado fica por ali mesmo. Seguimos andando a esmo, entramos em uma igreja e damos de cara com a estátua (da foto) de Jesus deitado e me vem a pergunta: Por Que Você Veio Morar Aqui? Achei a imagem significativa e logo improvisei a câmera em cima do banco da igreja e mandei brasa. Enquanto isso minha assistente do dia saía ensandecida pela igreja a fotografar tudo, inclusive ela própria.

Saindo da igreja somos parados por um velhinho que sem perguntarmos vai logo falando da sua saúde e da sua idade e que o túmulo do Tancredo Neves está bem próximo dali, para ser mais exato é só olharmos para a nossa direita e vemos a porta do cemitério. Declinei do convite. Cemitério tô fora e nunca passo na mesma calçada de carro funerário e nunca me convidem para um velório, nem ao meu, porque eu não vou.

Andamos sem rumo pela cidade sendo levados pelos paralelepípedos e pelas coisas interessantes que se revelam para a minha filmadora: num fragmento, mulher na janela. Noutro instante, pessoas descendo a ladeira. Na última parada, o belo take de uma rua larga cercada de prédios em estilos italiano e francês do séc. XVIII com o céu manchado por detrás. Valeu. Voltamos correndo pra rodoviária para pegar outro bus para Tiradentes.

Passamos uma hora e meia em São João e o que foi filmado lá vai ocupar aproximadamente 18 segundos dentro do documentário. É a magia do cinema.

Outro take que merece destaque foi quando já saíamos de Tiradentes, de dentro do ônibus em movimento filmei pessoas que lá fora fugiam da chuva enquanto as gotas insistiam em escorrer pelo vidro da janela.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

NO ASFALTO


Ninguém começa um filme sabendo exatamente como ele terminará. Ainda mais no caso de um documentário. As idéias e as situações vão surgindo. A filmagem que escolhi para a Coluna de hoje aconteceu há poucos meses atrás, em Caxambu. Vamos lá.

O plano do dia é:
1. Filmar um carrinho de controle remoto andando em pleno asfalto, como se fosse um carro de verdade;
2. Captar o deslocamento de um grupo de formigas carregando algumas folhas. Tudo é movimento e tem a ver com o filme.

Cena 1: Eu na câmera, Rafael controlando o trânsito, Gracy e Mariah controlando o carrinho. As funções foram se alternando, assim como o sol na nossa cabeça, e gravamos o carrinho (uma Ferrari vermelha) subindo a ladeira. Apareceu também por ali a Bruna para dar uma força, espontaneamente. Gravamos o carrinho infinitas vezes. Até que um carro (de verdade) com pessoas (de verdade) parou atrás de mim. Do carro desceu um rapaz que eu conheço só de vista, apavorado, achando que eu estava passando mal ou morrendo ... Explico: Eu estava sentado de pernas abertas e olhando para baixo bem no meio da rua. O rapaz nem viu a câmera entre as minhas pernas, não viu a Ferrari de controle remoto e nem a minha equipe. Só pensou em me ‘socorrer’. Depois de falar comigo é que ele percebeu o que realmente estava acontecendo. Eu falei que tava tudo bem e só estava filmando e agradeci a atenção dele. Daí em diante, sempre que passamos um pelo outro, nos cumprimentamos. Bacana as pessoas que diante das situações se mexem para ajudar os outros. Mesmo quando o perigo é imaginário.

Depois disso ainda filmei um grupo de crianças de uma escola que por acaso passava por ali naquele momento. Todas de uniforme sentadas na beira da calçada como se estivessem posando para uma fotografia. Sensacional.

Em seguida eu e minha destemida equipe fomos para o Parque fazer a cena 2 (formigas). E ainda conseguimos registrar um grupo de gansos ou patos ao por do sol.

Ganhei o dia: Todo o material filmado foi ótimo e o espírito de solidariedade melhor ainda.
Beleza.

Quem quiser colaborar ou apoiar o filme, e-mail para paulo-leao@ig.com.br

Próximo capítulo: Paraty, ou São João Del Rey ou Rio das Ostras.
Nos vemos lá.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

GRACY LINDINHA - Caxambu

No capítulo passado vocês viram que depois de 3 dias sem dormir e de ter filmado várias pessoas e lugares interessantes, eu havia retornado à Tiradentes e tinha finalmente conseguido dormir. Era Copa do Mundo, e enquanto ainda estava em Tiradentes, soube pela TV que o Bussunda havia falecido. Lembrei das vária vezes que esbarrei com ele em festas no Rio. Um dia depois peguei meu equipamento e voltei para Caxambu. Aqui vamos nós.

Em uma festa junina avisto uma garota dançando, com o estilo da cantora Pitty. Pergunto para uma amiga ‘quem é ela?’ e a amiga responde ‘é a Gracy, veio do Espírito Santo’. Vou até a Gracy e pergunto se ela quer participar do meu filme, pego o telefone dela e no dia seguinte ligo explicando que o filme é sobre pessoas que estão morando fora da cidade em que nasceram. Ela topa e marcamos uma data. Um dia antes ela me liga dizendo que não vai poder porque botou um piercing na língua e que por isso não está conseguindo falar direito. Logo penso: desistiu. Mas ela pede para filmar uma semana depois.

Chega o dia e espero por ela na porta do Parque das Águas, achando que ela não vem. Mas ela surge toda produzida, de vestido preto e botina de soldado. Logo vamos para o lugar do Parque que no dia anterior escolhi para esta cena. Durante a caminhada fico impressionado quando a Gracy diz adorar assistir documentários na TVE e na TV Cultura, em uma idade em que as garotas só assistem Malhação (que cá entre nós, é uma bosta). Arrumo rapidamente o equipamento e começamos a entrevista com a primeira pergunta: Por Que Você Veio Morar Aqui? A entrevista é ótima, Gracy responde às perguntas com intensidade, profundidade e naturalidade. Perfeita. Tudo tão interessante que depois de assistir ao material em casa, no dia seguinte ligo pra ela convidando-a a ser minha assistente de produção no documentário. Posteriormente ela se torna também minha assistente de direção. Assim surge a primeira pessoa da minha equipe: Gracy Lindinha.

Nesta mesma tarde no Parque das Águas, cuja autorização para filmagens foi gentilmente concedida pelo seu diretor Tarcísio, um rapaz se oferece para ser entrevistado. Acho engraçado e topo, mesmo pensando que será perda de tempo e de fita. Mas que nada, a entrevista com o Jefferson fica muito boa mesmo. Surpresas acontecem. Beleza. Tarde produtiva.

Quem quiser colaborar ou apoiar o filme, e-mail para:   paulo-leao@ig.com.br

No próximo número nos vemos em Paraty ou São João Del Rey ou Rio das Ostras. Até lá.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

TIRADENTES - O RETORNO

O ‘incalculável’ número de leitores desta Coluna já sabe que era Copa do Mundo e que até então eu estava há 3 dias sem dormir e já havia filmado várias pessoas e lugares interessantes para o meu filme, primeiro em Tiradentes, depois no Bichinho e agora voltando à cidade do mártir da Inconfidência. Lá vamos nós.

Chego de carona e com um único objetivo: dormir.
Almoço num restaurante no Centro e ligo para Janaina perguntando se posso dormir lá.
Ela diz que tudo bem. Chego, tomo banho e durmo de tarde até o dia seguinte.
Day after, vou com Janaina e a irmã dela tentar filmá-las em uma escada de ferro que eu havia visto em um ferro velho. A idéia é filmar as duas ao mesmo tempo, sentadas nesta escada solta no meio do terreno, mas o ferro velho está fechado e um cão bravíssimo nos desanima a entrar clandestinamente naquele local: filmagem cancelada.

A noite, vinho num barzinho com lareira, depois, andando pela praça escuto acordes de blues, vou na direção e dentro de outro barzinho rola o maior show de blues: Lancaster Trio. O guitarrista consegue ser tão bom quanto Jimi Hendrix, Eric Clapton, BB King e Stevie Ray Vaughan ao mesmo tempo! E o show não tem hora pra acabar...

Lá pelas tantas passa ao meu lado o meu colega, o ator Matheus Nachtergaele, com quem contracenei há algum tempo no filme O Enfermeiro (foto). Como é noite alta, ele passa do meu lado e nem me vê. Normal. Tudo é cinema. Lembro do meu filme e que ainda falta muito pra terminá-lo. Paciência e insistência.

No outro dia saio para comprar presentes pra quem merece e pra quem não merece. Percorro outros lugares: uma igreja que foi construída só por escravos, um presídio abandonado que é uma ótima locação para cenas futuras, sorveteria, brechó, lojas, restaurantes, bares, etc, multidões de turistas com guias bem informados. Tem prefeitos e secretários de turismo que deveriam conhecer cidades do Brasil e do exterior antes de falarem em turismo.

Ainda no outro dia assisto na Via Itália jogo do Brasil, que vence a duras penas. O engraçado é que todo mundo se abraça diante do telão. Pessoas que nunca se viram antes se sentem tão próximas e mais brasileiras a cada gol da Seleção.

Volto para a pousada da Clarice e do Davi e combino de entrevistá-los na manhã seguinte.
Acordo tarde, como sempre. Preparo o equipamento e os entrevisto, um de cada vez. Simplesmente não dá pra descrever estas entrevistas, só vendo o filme mesmo !...
No próximo número filmagens em Caxambu e Gracy lindinha. Até lá.

PS. Na próxima edição teremos link para visualização de parte do filme. Quem quiser colaborar ou apoiar o filme, e-mail para olharfilmes@bol.com.br

sábado, 11 de novembro de 2006

BICHINHO

Como vimos na edição passada, estou há dois dias sem dormir, é época de Copa do Mundo e estou sendo levado de carona pelo meu entrevistado Edalmo, de Tiradentes para o Bichinho. A distância é de poucos quilômetros.

No caminho conversamos sobre a beleza natural da paisagem.

Chegando ao Bichinho passamos pelo Museu do Carro Antigo, que somente dias depois descobri pertencer a um amigo meu. Paramos em frente a loja onde está trabalhando outro amigo: Alexandre (Alex Condera), que há meses eu não via. Depois de rápida conversa, clientes na loja, Edalmo me leva a conhecer melhor esta cidadezinha. Aproveito para filmar a cruz em frente a Igreja principal. Faço este ‘take’ com a câmera na mão mesmo. A cruz é cheia de símbolos estranhos: serrote, flores, caveira, laços, etc. e fica bem recortada diante do azul do entardecer. À porta da Igreja um pequeno aglomerado de pessoas.

Rumo para lá com a câmera, afinal o filme fala disso: pessoas e lugares. Passo filmando por entre o grupo, entro na Igreja e percebo a mancada. Era um velório. Saí rápido. Mais um fora para a coleção. Voltamos para a loja do Alexandre e combinamos que vou dormir na casa dele para fazer novas filmagens no Bichinho na manhã seguinte. Mas a manhã seguinte custou a chegar: é inverno, é Bichinho, passa riacho atrás da casa, é um frio filho da p..., o chão está gelado, as paredes, eu. Tudo é gelo. Na sala, ligo a TV, me sento no sofá e, embrulhado pelos cobertores, espero o sol antes que eu vire um cineasta picolé. E este foi o meu 3º dia sem dormir.

Amanhece, o Alexandre sai do quarto dele como se o frio não tivesse acontecido e vai trabalhar. Eu pego minha tralha e vou filmar, com medo de cair duro e preto na estrada com a cabeça em cima do primeiro tufo de grama achando que aquilo é um travesseiro. Mas no meio da estradinha de terra eu avisto a cena do dia: uma menina (a da foto) vindo de longe empurrando um carrinho de obra com várias bonecas dentro. Me fez pensar na realidade brasileira, nas tristezas e na pureza da infância. Em um segundo já estou filmando.

A menina cujo nome não sei, bem poderia ser o símbolo deste filme.

O destino que transporta pessoas. Esta cena já valeu tudo.

Na volta, o delírio do sono me fez perder as chaves da casa do Alexandre, depois achei, perdi o ônibus pra Tiradentes mas voltei para lá de carona.

No próximo capítulo: o retorno à Tiradentes, novas entrevistas, Mateus Nachtergaele, e Lancaster Trio – o melhor show de blues do mundo!

Nos vemos de novo em Tiradentes.

Até lá.

TIRADENTES (Copa do Mundo de 2006)


Acordo às 5 da manhã. Ou seja: nem dormi. (Quem se deita todos os dias depois das 3 da manhã sabe do que estou falando).

Pego o ônibus na maltratada e descascada rodoviária de Caxambu. Poucas horas depois desembarco em São João Del Rei. O frio é tão grande que penso em voltar para o conforto e calor da minha cama. Mas como estou em plena temporada de filmagem sigo em frente. Almoço em São João servido por uma garçonete oferecida.

Pego outro ônibus e logo chegou ao meu destino: Tiradentes.

A cidade é simplesmente incrível. Preservada, bem cuidada, com um verdadeiro turismo nacional e internacional (aliás, turismo é isso, em qualquer parte do mundo, menos em Caxambu). Lá sou recebido por duas irmãs, Janaina e Nariel (ou Anariel, até hoje não descobri), que rapidamente me ‘colocam’ em uma pousada, onde descarrego meus equipamentos. Então vamos almoçar com o pai delas, o Edalmo, que será o meu primeiro entrevistado naquela cidade. Durante o almoço e a conversa, já sinto que a participação dele será ótima: ele tem um raciocínio rápido e lógico, com um forte conteúdo espiritual. Vejam que não estou falando de uma conversa superficial e esotérica. O Edalmo é uma rara pessoa com profunda visão humanista, com percepção da bondade e das forças invisíveis que movem o universo. Acaba o almoço e marcamos os detalhes para a filmagem no dia seguinte. Com o resto do dia livre ando pelos inúmeros recantos maravilhosos de Tiradentes: comércio, igrejas, restaurantes, lugares bonitos (isso é o que não falta), etc. Volto à noite para a pousada, banho, etc.

Checo o equipamento. Recarrego as baterias do celular e da filmadora. O frio é insuportável. Tento dormir. Isso mesmo, tento. Mas não consigo, ou seja: é a 2ª noite que não durmo. De manhã a dona da pousada, Clarice (guardem bem este nome), me pergunta toda feliz se eu dormi bem e eu muito sincero digo que não. Tomo o café da manhã, pego minhas coisas e vou para a filmagem. Chego na casa do Edalmo, monto o tripé, câmera, pedestal com microfone, ajusto enquadramento, foco, luz, etc. e pela primeira vez o entrevistado vê que a coisa é séria mesmo. Tudo ligado, eu faço a primeira pergunta: - Por que você veio morar aqui?

Outras perguntas se sucederam com respostas interessantes e pouco comuns.

Eu estava certo, esta seria uma ótima entrevista e um ponto alto no filme.

Vocês notaram que nesta situação eu estava sem a minha equipe, aliás, eu não tinha equipe. Agora minha equipe já está enorme: 4. Isso mesmo, 4 almas bondosas, sendo eu mesmo uma delas. Falarei sobre os integrantes brevemente. Mas em compensação a minha lista de agradecimentos já está gigantesca.

Terminada a filmagem Edalmo me dá uma carona até o Bichinho, que fica ao lado de Tiradentes, para as filmagens do dia seguinte.

Mas bem, o dia seguinte eu conto na próxima edição.

Por enquanto só posso adiantar uma coisa: naquele momento a minha maior preocupação era conseguir dormir depois de dois dias acordado.

Nos vemos no Bichinho, até lá.

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