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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

NO ASFALTO


Ninguém começa um filme sabendo exatamente como ele terminará. Ainda mais no caso de um documentário. As idéias e as situações vão surgindo. A filmagem que escolhi para a Coluna de hoje aconteceu há poucos meses atrás, em Caxambu. Vamos lá.

O plano do dia é:
1. Filmar um carrinho de controle remoto andando em pleno asfalto, como se fosse um carro de verdade;
2. Captar o deslocamento de um grupo de formigas carregando algumas folhas. Tudo é movimento e tem a ver com o filme.

Cena 1: Eu na câmera, Rafael controlando o trânsito, Gracy e Mariah controlando o carrinho. As funções foram se alternando, assim como o sol na nossa cabeça, e gravamos o carrinho (uma Ferrari vermelha) subindo a ladeira. Apareceu também por ali a Bruna para dar uma força, espontaneamente. Gravamos o carrinho infinitas vezes. Até que um carro (de verdade) com pessoas (de verdade) parou atrás de mim. Do carro desceu um rapaz que eu conheço só de vista, apavorado, achando que eu estava passando mal ou morrendo ... Explico: Eu estava sentado de pernas abertas e olhando para baixo bem no meio da rua. O rapaz nem viu a câmera entre as minhas pernas, não viu a Ferrari de controle remoto e nem a minha equipe. Só pensou em me ‘socorrer’. Depois de falar comigo é que ele percebeu o que realmente estava acontecendo. Eu falei que tava tudo bem e só estava filmando e agradeci a atenção dele. Daí em diante, sempre que passamos um pelo outro, nos cumprimentamos. Bacana as pessoas que diante das situações se mexem para ajudar os outros. Mesmo quando o perigo é imaginário.

Depois disso ainda filmei um grupo de crianças de uma escola que por acaso passava por ali naquele momento. Todas de uniforme sentadas na beira da calçada como se estivessem posando para uma fotografia. Sensacional.

Em seguida eu e minha destemida equipe fomos para o Parque fazer a cena 2 (formigas). E ainda conseguimos registrar um grupo de gansos ou patos ao por do sol.

Ganhei o dia: Todo o material filmado foi ótimo e o espírito de solidariedade melhor ainda.
Beleza.

Quem quiser colaborar ou apoiar o filme, e-mail para paulo-leao@ig.com.br

Próximo capítulo: Paraty, ou São João Del Rey ou Rio das Ostras.
Nos vemos lá.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

GRACY LINDINHA - Caxambu

No capítulo passado vocês viram que depois de 3 dias sem dormir e de ter filmado várias pessoas e lugares interessantes, eu havia retornado à Tiradentes e tinha finalmente conseguido dormir. Era Copa do Mundo, e enquanto ainda estava em Tiradentes, soube pela TV que o Bussunda havia falecido. Lembrei das vária vezes que esbarrei com ele em festas no Rio. Um dia depois peguei meu equipamento e voltei para Caxambu. Aqui vamos nós.

Em uma festa junina avisto uma garota dançando, com o estilo da cantora Pitty. Pergunto para uma amiga ‘quem é ela?’ e a amiga responde ‘é a Gracy, veio do Espírito Santo’. Vou até a Gracy e pergunto se ela quer participar do meu filme, pego o telefone dela e no dia seguinte ligo explicando que o filme é sobre pessoas que estão morando fora da cidade em que nasceram. Ela topa e marcamos uma data. Um dia antes ela me liga dizendo que não vai poder porque botou um piercing na língua e que por isso não está conseguindo falar direito. Logo penso: desistiu. Mas ela pede para filmar uma semana depois.

Chega o dia e espero por ela na porta do Parque das Águas, achando que ela não vem. Mas ela surge toda produzida, de vestido preto e botina de soldado. Logo vamos para o lugar do Parque que no dia anterior escolhi para esta cena. Durante a caminhada fico impressionado quando a Gracy diz adorar assistir documentários na TVE e na TV Cultura, em uma idade em que as garotas só assistem Malhação (que cá entre nós, é uma bosta). Arrumo rapidamente o equipamento e começamos a entrevista com a primeira pergunta: Por Que Você Veio Morar Aqui? A entrevista é ótima, Gracy responde às perguntas com intensidade, profundidade e naturalidade. Perfeita. Tudo tão interessante que depois de assistir ao material em casa, no dia seguinte ligo pra ela convidando-a a ser minha assistente de produção no documentário. Posteriormente ela se torna também minha assistente de direção. Assim surge a primeira pessoa da minha equipe: Gracy Lindinha.

Nesta mesma tarde no Parque das Águas, cuja autorização para filmagens foi gentilmente concedida pelo seu diretor Tarcísio, um rapaz se oferece para ser entrevistado. Acho engraçado e topo, mesmo pensando que será perda de tempo e de fita. Mas que nada, a entrevista com o Jefferson fica muito boa mesmo. Surpresas acontecem. Beleza. Tarde produtiva.

Quem quiser colaborar ou apoiar o filme, e-mail para:   paulo-leao@ig.com.br

No próximo número nos vemos em Paraty ou São João Del Rey ou Rio das Ostras. Até lá.

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